Nada como subir a serra do litoral norte de São Paulo, pela Tamoios, em pleno ônibus com rede wi-fi. Realmente me surpreendi com tal fato.
A empresa ressaltou em todos os bancos, paredes e espaços possíveis tal serviço “grátis”. Claro que tudo que é oferecido como gratuito tem seu custo embutido em alguma coisa, nesse caso, na passagem.
O mais interessante é que o tempo de Ubatuba para São Paulo fica na média de quatro horas, porém, com chuvas (condição costumeira na região), trânsito e serração, esse tempo pode aumentar, chegando até a seis horas ou mais. Entretanto, com um serviço de internet liberado aos passageiros, muitos nem percebem o trajeto parado.
Antes era costume vermos mp3 e outros aparelhos sonoros. Hoje são smartphones e tabletes tomando conta de todos os assentos, com vídeos; fotos, pessoas falando com outras via vídeo chamadas, dizendo em que ponto da estrada estão; crianças vendo desenhos e outros curtindo o som, mas no “Youtube”. Tecnologia socializando os meios, mas cada um dentro do seu vasto e magnífico mundinho de tela e fone de ouvido.
Raras são as pessoas que conseguem prosear com o passageiro ao lado. Realmente raras são as que tem tantos mil amigos e “likes”, mas não conseguem ter uma palavra ao vivo, in loco, ao menos um “oi”, “meu nome é Francisco, igual ao Papa”. Sei lá. Estamos vivendo em um mundo onde as mudanças de comportamento são mais nítidas e preocupantes. Ora você é uma pessoa notável nas redes sociais, mas ao vivo não sabe dialogar, ora você é um ser hiper sociável nas rodas de amigos, e não liga tanto para a internet. Antes era a era dos jovens que não sabiam escrever, apenas com palavras cortdas e msm assim consguiam entnder o txt. Hoje é a era wi-fi, antenados com tudo.
O bom da viagem foi que consegui ver meus e-mails e um pouco do facebook, o ruim que ainda não colocaram tomadas para carregar meu celular. Pois é, ele “morreu” antes de chegar a São Paulo.
Crônica escrita em 25/03/2013