Quando me joguei de um avião pela primeira vez não queria ter asas, apenas muitos segundos para entender onde estava. Sentir o ar empurrando meu corpo não era nada comparado com o real tamanho que me vi ali e lá embaixo. Não era sonho, apesar de tantos voos sonhados. Não tinha asas, apesar de querê-las por muitos anos. Era apenas um ponto em um momento entre o céu e a terra, passando por entre nuvens úmidas e serenas, sorrindo para um silenciar dos bons ventos. E assim retornei à terra, acordado ou enebriado, querendo entender meu mundo antes de compreender alheios. Na dúvida, salte para bons ventos