Ontem acordei antes do fim do mundo. Percebi ao redor o apagar das consciências e o despertar de interrogações. A natureza retomou posse do tempo e espaço onde a humanidade perdeu-se por dentro.
Pisquei os olhos e 365 dias se passaram. Não vi amigos, não senti o calor da fogueira da quermesse, meu saudoso casaco de inverno não respirou, não vi crianças nas praças floridas de setembro e nem tirei a foto ao lado do Papai Noel com meus filhos.
Nasceram estrelas virtuais onde as reais foram banidas pela névoa do medo. Crianças nasceram em meio ao apagar de muitas famílias. Sorrisos e lágrimas misturadas entre saudades, esperanças e bom senso. Fé eterna!
Somos quem podemos ser. Fazemos tudo para viver. O dia ainda não acabou…”
Henrique Braz Rossi – março 2021