Hoje não é domingo

Tem dias em que o tempo se torna a maior riqueza e, quando ocorre e se torna indiscutível, corremos atrás para não perder um segundo sequer. Afinal, o tempo vale mais que ouro.

Parei o carro no posto e, já atrasado, pedi apenas para completar com gasolina comum. Simples assim. Havia uma longa estrada a percorrer e conhecido trânsito paulista estava incrementado de frio e chuva. Uma combinação ideal para pessoas atrasadas como eu. Porém a profissional do posto não tinha essa noção de agilidade. Com certeza sua meta do dia estava iniciando ao me perguntar se podia colocar gasolina aditivada.
Pela segunda vez disse que seria a normal. Mas ela insistiu e mostrou uma tabela de diferença de valores. E lá fui eu educadamente repetir mais umas três vezes meu pedido, mesmo com diversos argumentos mecânicos e econômicos para um carro.

Naquela hora pensei “hoje não é domingo para tal bate papo”.
Como se convence um vendedor que há limites entre o argumento e a insatisfação de um cliente?
Perdi a conta de quantos “não quero” eu disse. Meu desejo era apenas abastecer e seguir meu rumo.

Carro cheio, conta paga, sigo pela estrada pensando em quantos clientes são invadidos por profissionais que esquecem do atendimento e focam apenas em números. Perdemos a empatia e bom senso em nossos relacionamentos comerciais.
Se fosse um domingo certamente eu teria abastecido a gasolina aditivada. Será?

Por Henrique Braz Rossi
@henriquebrazrossi www.henriquebrazrossi.com
Jornalista, publicitário, empreendedor, escritor, músico, escoteiro, esposo e pai de dois meninos.

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